Guiné-Bissau aceita presença internacional Luanda - Depois dos sucessivos apelos da Comunidade Internacional, a Guiné-Bissau aceitou a presença no seu território de uma força de intervenção internacional para estabilização da situação no país.
A decisão foi tomada em reunião do Conselho de Defesa Nacional realizada no domingo e presidida pelo Presidente da República Guineense, Malam Bacai Sanhá. Soares Sambú, porta-voz presidencial anunciou à Lusa que esta medida se insere nas tentativas do Presidente para «criar consenso e tentar difundir toda a informação relativamente às principais decisões em relação à Guiné-Bissau, particularmente em relação aos esforços que estão sendo desenvolvidos junto da comunidade internacional na mobilização de apoios para o processo da reforma do sector de Defesa e Segurança».
A força de intervenção terá o apoio de organizações internacionais como as Nações Unidas, União Africana, CEDEAO e CPLP. Para já, ainda não está completamente definido o formato da força a enviar para a Guiné-Bissau. No entanto, Angola já se terá disponibilizado para participar de forma activa, com o envio de militares para o terreno.
O envio da força internacional terá como objectivo principal o criar de condições para a concretização da reforma do sector de Defesa e Segurança nas Forças Armadas guineenses. Recentemente, o recém-empossado CEMGFA António Indjai promoveu uma série de alterações nas chefias militares do país.
Estas nomeações foram recebidas com alguma estranheza por parte da comunidade internacional, uma vez que resultaram nas promoções de militares conotados com operações de narcotráfico, acusação que também esteve na base da forte rejeição internacional à nomeação de António Indjai como CEMGFA. Fontes ligadas ao corpo diplomático em Bissau adiantaram ao Luanda Digital que estas nomeações tiveram como objectivo o «afastamento de elementos considerados próximos do ex-Chefe de Estado Maior da Armada Bubo Na Tchuto», acusado também ele de envolvimento no narcotráfico pelos EUA em Abril último.
A alteração de posicionamento das autoridades guineenses face à presença no território de uma força internacional é justificada pelas fontes diplomáticas colocadas em Bissau ouvidas pelo Luanda Digital como uma «reacção presidencial» ao cada vez maior apoio que Bubo Na Tchuto estará a obter ao nível político para assumir funções entre os líderes militares. «É uma situação que caso se confirme, poderá alterar a balança do poder guineense, actualmente nas mãos da dupla Malam Bacai Sanhá – António Indjai. Mais do que uma cedência à comunidade internacional, a força de intervenção pretenderá garantir que Bubo Na Tchuto não consigue adquirir um aliado político com vista a assumir novamente uma posição fortalecida no país», referem as mesmas fontes.
A modalidade e o formato da Força de Intervenção Internacional deverão ser decididas nas próximas semanas.
Rodrigo Nunes
(c) PNN Portuguese News Network
2010-08-02 15:26:56 |
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